Muitos investidores ainda têm dúvidas sobre impacto da recompra de ações. Abaixo eu cito os principais pontos a serem observados:
- Quando uma empresa recompra ações, ela as coloca em posse da tesouraria da empresa, diminuindo o número de ações em circulação. Sendo assim, isso gera aumento no lucro por ação (LPA) caso a empresa mantenha mesmo nível de lucro líquido (em caso de crescimento do lucro também). É uma excelente forma de manter o LPA crescente em períodos de baixo crescimento do negócio, ao mesmo tempo em que a empresa está com caixa sobrando e não tem boas oportunidades de aquisições ou de expansões em vista;
- Outro ponto importante é que a recompra de ações reduz o patrimônio da empresa. Sendo assim, o Retorno Sobre o Patrimônio Líquido (ROE) aumenta sem esforço algum (para que isso ocorra seria necessário também manter o nível de lucro líquido ou aumentá-lo). Lembre-se que o ROE é calculado dividindo o lucro líquido pelo patrimônio líquido;
- E por que uma empresa recompra ações? Ela pode usar por exemplo para os programas de opções de ações dos executivos, como também pode estar fazendo isso simplesmente por questões estratégicas para gerar valor aos acionistas.
O melhor momento para recomprar ações é quando o preço está abaixo do que a administração considera como justo, então ela aproveita a promoção para recomprar ações à preço de banana. O mercado também pode enxergar esse movimento com bons olhos, gerando uma corrida pelas ações no curto prazo.
É importante verificar se de fato o programa de recompra está adquirindo um montante relevante de ações, antes de ficar empolgado. No Brasil dificilmente um programa de recompra ultrapassa 5% do total das ações em circulação, causando pouco impacto nos itens citados acima.