O risco-país pode ser representado por dois indicadores: o Emerging Markets Bond Index (EMBI+) e o Credit Default Swap (CDS). O EMBI é um índice criado pelo banco JP Morgan e representa os bonds (títulos públicos) dos países emergentes negociados no exterior. Ou seja, quanto mais os credores enxergam risco de emprestar dinheiro ao país, maio será a exigência do prêmio (juros a receber).
Antes de iniciar a crise do Coronavírus, o EMBI+Brazil, que mede o risco-Brasil, vinha caindo consistentemente até atingir o patamar de 190 pontos. Isso representa um prêmio de 1,9% acima da taxa livre de risco, nível que não era atingido desde 2013. Por sua vez, a taxa livre de risco é representada pelo título público americano T-Bill, considerado o título mais seguro do mundo. Ou seja, supondo que o T-Bill está pagando um cupom de 2% ao ano, então o título brasileiro negociado em dólar no exterior estaria com um cupom de aproximadamente 3,9% ao ano.
No site do governo brasileiro do Ipeadata é possível ver todo o histórico do EMBI. Coloquei o link do site abaixo:
http://ipeadata.gov.br/Default.aspx
O CDS é um derivado de crédito que funciona como uma espécie de seguro para que o investidor se proteja contra o risco de default (não pagamento da dívida). Suponha que um credor que detenha títulos públicos brasileiros negociados no exterior (bonds) queira se proteger contra o risco de calote. Então ele pode ir até uma instituição financeira para comprar o “seguro’’, que no nosso caso é o CDS. Em caso de default a instituição garante o montante que foi emprestado ao governo brasileiro. Esse “seguro” então passa a representar o prêmio de risco que a instituição enxerga na economia brasileira. Quando maior o risco, maior o prêmio exigido. Antes do Coronavírus o CDS estava em 93 pontos, mas já saltou para 337.
Abaixo eu coloco um site onde é possível verificar CDS histórico:
https://www.assetmacro.com/brazil/credit-default-swaps-cds/brazil-cds/