Ebitda é bastante conhecido e utilizado pelos analistas e representa a capacidade de geração proveniente das operações. Mas cuidado para não confundir com fluxo de caixa operacional, que é calculado de outra maneira.
Abaixo eu dou o exemplo de uma demonstração de resultado do exercício (DRE) de forma simplificada:
Receita líquida
(-) custo dos produtos/serviços vendidos
(=) lucro bruto
(-) despesas com vendas, gerais e adm.
(=) lucro operacional (Ebit)
(-) pagamento de juros
(-) impostos
(=) lucro líquido
O Ebitda não aparece diretamente no DRE, para calcular você precisa pegar o lucro operacional (Ebit) e somar de volta a depreciação e amortização. A depreciação e amortização não aparecem no DRE como itens em separado, então você pode ir até a demonstração de fluxo de caixa para pegar tais informações.
Nas empresas eu procuro um Ebitda que tenha uma evolução constante no tempo e geralmente é uma métrica que sofre muito menos oscilação do que o lucro operacional (Ebit) e o lucro líquido. Empresas de commodity podem ter mais oscilação no Ebitda, pois são negócios altamente dependentes do preço do produto no mercado internacional, afetando constantemente a capacidade de geração e caixa. Investidores costumam dar muita atenção ao lucro líquido, mas ele pode ser muito traiçoeiro na análise. Resultados não recorrentes são muito comuns em algumas empresas, podendo levar o lucro líquido a níveis muito acima ou muito abaixo do normal.
Dessa forma, métricas que tem o Ebitda no cálculo tem menos oscilação no tempo, a exemplo da (dívida líquida)/Ebitda e do (Enterprise Value)/Ebitda. Verifique por exemplo o acontece com o Preço/Lucro de uma empresa ao longo tempo e o que acontece com o EV/Ebitda, você vai observar que a oscilação é muito maior no Preço/Lucro. Por isso é preciso tomar bastante cuidado quando se utiliza o Preço/Lucro em suas análises, especialmente para empresas que tem bastante volatilidade no lucro.
Por fim, é importante observar que apesar da importância do Ebitda nas suas análises, ele também tem diversas falhas. Uma empresa pode ter um bom crescimento de Ebitda no tempo, mas o negócio em si é ruim. Só crescer não é sinônimo de sustentabilidade, a empresa precisa gerar fluxo de caixa livre e ter bons indicadores de rentabilidade como ROE e ROIC, por exemplo, para gerar bastante valor aos acionistas.
Abaixo eu coloco os resultados históricos da JSL (JSLG3), onde é possível observar a diferença na estabilidade do Ebitda no tempo, em relação ao lucro líquido. Os gráficos foram retirados do site www.fundamentus.com.br

