Na foto abaixo temos um gráfico que demonstra o atropelamento do desempenho do mercado acionário em relação à outras classes de ativos. A linha laranja é o S&P 500 e a linha azul é o índice Russell 2000, que representa 2000 empresas americanas (2/3 da parte inferior do Russell 3000, ou seja, um grupo de empresas small caps).

Se em 10 anos a diferença já é monstruosa, quando você estica isso para 50 anos ou mais, a diferença se torna ainda mais gritante. Resolvi fazer essa abordagem pois tenho visto muita gente enfatizando a diversificação entre classes de ativos, especialmente em ativos não correlacionados. Concordo 90%, pois se você não souber agir estrategicamente, é melhor nem fazer, vai ter um resultado bem mais medíocre no longo prazo do que investir pesadamente em ações.
Isso não faz sentido nenhum na minha visão. Você diversificar somente para deixar sua carteira menos volátil é totalmente insensato, pois sabe que no longo prazo você terá um desempenho pior. Aprenda a lidar com a volatilidade de maneira natural, enxergue isso como oportunidade e não como uma ameaça ao seu patrimônio.
Se quiser investir dessa forma, estude a estratégia de Ray Dalio, ele é fera nisso. Ele explica que você deveria balancear sua carteira periodicamente, realizando lucro em ativos que valorizaram e reinvestindo em ativos que desvalorizaram. A não ser que você seja um vidente, é impossível sempre acertar qual classe de ativo se valorizará mais num determinado período. É preciso usar estratégias que não dependam desse acerto.
Porém, diferentemente dele que gere um fundo de investimento e pode comprar e vender ativos quantas vezes quiser sem pagar nenhum imposto, você deixaria uma boa parte do seu patrimônio com o governo a cada transação.
Vou dar um exemplo prático: se você definiu ter 10% do portfólio em ouro e esse ativo vai valorizando mais do que os outros ativos, logo poderá alcançar 15% de peso. Então você venderia o excedente para voltar à 10%. Outro grande problema que vejo nessa estratégia é que é muito difícil definir o valor justo de ativos que não geram fluxo de caixa, como o ouro ou o câmbio. Então você sempre fica refém do achismo. Fica mais fácil se definir um limite, como se não pudesse ultrapassar 15% do total por exemplo.
Eu particularmente, como não estou nem aí para volatilidade e já tenho meu capital de curto prazo protegido em renda fixa, sempre tive patrimônio bastante posicionado em ações. Basta separar o joio do trigo. O que é de curto prazo (para reserva de emergência e para outros objetivos que precisam de proteção) deve ser tratado como tal e o que é de longo prazo também é tratado como tal. Simplicidade é tudo. Menos é mais.