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Como o dólar afeta os preços dos títulos do tesouro direto

Roberto Coutinho

Como sabemos, uma variação de preços de títulos públicos é proporcionalmente proporcional a taxas de juros negociadas no mercado.”

Certamente vocês têm reparado o dólar disparado nos últimos dias, chegando a quase 4,20 reais. Mas Roberto, o que isso tem a ver com os títulos públicos? 

Quando um dólar dispara, faz com que o preço dos produtos importados para o Brasil fique mais alto, pesando no orçamento do consumidor.  Logo, isso afeta diretamente a inflação. Entretanto, isso não se torna sempre a verdade. Um desempenho da economia tem conexão com outros fatores também, e nesse momento o Brasil ainda sofre com uma atividade econômica reduzida.

Como não existe uma demanda intensa por bens e serviços, uma alta do dólar não tem tanto impacto. Hoje, o dólar está disparando, mas a inflação continua sob controle. Mesmo assim, o governo deve permanecer atento e preciso, adotar as atitudes necessárias para que não soframos com um controle inflacionário, que volta e meia assola nosso país. Uma forma mais comum de inflação ou aumento de taxa básica de juros da economia (no Brasil é chamada de taxa Selic).

A partir dessa explicação, inicie toda a conexão de dólar ou dólar afeta os preços dos títulos do tesouro. A partir da disparada do dólar os agentes do mercado (analistas, instituições financeiras, especuladores, investidores, gestores de fundos etc), é possível cogitar a possibilidade de uma inflação mais alta no futuro, mas ainda mais quando o resultado é provável. Sendo assim, as taxas de DI de longo prazo começam a ser negociadas com taxas mais altas.

Como sabemos, uma variação de preços de títulos públicos é proporcionalmente proporcional a taxas de juros negociadas no mercado. Logo, o mercado espera juros maiores no futuro, causa poucos títulos com vencimento mais longo, como o IPCA + 2045. 

Mas por que os títulos de curto prazo não são afetados na mesma proporção de longo prazo? A primeira razão é que o mercado sabe que, em curto prazo, uma tendência é baixa na Selic, então como taxas DI negociadas em curto prazo menos. Segundo que o curto prazo é mais previsível. Nós imaginamos o que é mais provável até 2022, mas o mais difícil até 2045. O terceiro é que já estamos vivendo com os menores índices Selic da história brasileira, ou seja, os agentes do mercado financeiro iniciado por meio de duvidar de que isso se sustenta por muito tempo. Por isso, os títulos de longo prazo costumam ser muito mais altos que os de curto prazo e são mais arriscados.

Lembrando que esse raciocino serve apenas para títulos prefixados e atrelados ao IPCA. O preço dos títulos atribuídos à Selic (pós-fixado) afeta uma variação mínima ao longo do tempo, apenas pelo fato de que os interesses são recebidos e os mesmos automaticamente, se os principais alterados são automaticamente ajustados conforme os seletores. 

 

Roberto Coutinho Machado

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